Carlos Fernando Gomes Galvão de Queirós
Professor de Geografia
Minhas primeiras lembranças de leitura são alguns livros da coleção “Tesouros da
Juventude”, que meu pai tinha em casa, por volta... talvez... dos... 10 anos.
Depois disso, e dos gibis, que sempre gostei, o livro “O mistério do cinco estrelas”,
de Marcos Rey, e o livro “Oitava série C”, de Odette de Barros Mott. Além
disso, “Dom Casmurro”, de Machado de Assis (é, por incrível que possa parecer,
talvez, já gostava de Machado na adolescência).
Algumas histórias ficaram na minha
vida, além das acima mencionadas, acrescentaria ainda as do livro “Admirável
Mundo Novo”, de Aldous Huxley, “O retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde,
“Capitão de Longo Curso”, de Jorge Amado e “O processo”, de Franz Kafka (o
qual, diga-se de passagem, estou a reler, neste momento).
Os autores que relatei até aqui e acrescento alguns
russos, como Korolenko, Lermontov, Tolstoi e Tchekhov. Isso para não mencionar
Karl Marx, Jean Paul Sartre e Umberto Eco; Carl Sagan, com “Cosmos”...;
Vinícius de Moraes e Millôr Fernandes.
Na minha formação como leitor, antes
da escola, teve a família, absolutamente essencial, que me incentivaria a ler,
independente da escola. Mas na escola, foi importante ter tido professores que
perceberam que não adiantava passar para a garotada livros mais densos, que só
a vivência faz gostar, passando pra gente ler livros como que mencionei “O
mistério do cinco estrelas”, mais “leves” e ainda assim, acho, bem escritos.
Nélida Piñon disse, certa vez, que escrever
liberta; digo que ler, também. Ler é fazer uma viagem para dentro de si mesmo,
é se conhecer, a partir das experiências dos personagens do livro, do conto, da
poesia, do artigo jornalístico, não importa. Costumo dizer que a leitura começa
quando termino o livro, porque aí é que vou “ruminar” o que li. Então, o meu
modo de vida é diretamente influenciado pelo que leio. E sim, claro, pelo dito,
a leitura influi em minhas escolhas de vida.
O ato de leitura é revolucionário
A leitura abre os horizontes mentais e do
coração e isso faz toda diferença na orientação dos caminhos de vida das
pessoas.
Gutemberg foi eleito o homem do
milênio, se não me engano, e isso já diz muita coisa. Pra mim, o ato de leitura
é revolucionário porque altera, ou pode alterar, profundamente, o que sinto, o
que penso, o que sou. Então, a primeira revolução é pessoal. Esta, se puder ser
somada a certa tomada de consciência crítica dos cidadãos (viva Marx! – risos),
pode, é claro, ser um ato socialmente transformador, na medida em que as
pessoas vão se informando e, ao refletir, se (re)formando.
Penso que até mesmo bula de remédio
pode ser útil (risos), mas auto-ajuda, e suas platitudes, realmente, é algo que
não recomendo. E de um modo em geral, livros que preguem ideias como racismo ou
autoritarismo também não recomendo.
Ler (e o cinema) é viver onde, como, quando, com quem você deseja.
Leio poesia, romance e astronomia.
Além de filosofia e política. Gosto muito de uma passagem que diz “Menos
importa o que fizeram ao Homem; mais importa o que ele faz do que fizeram
dele”, Jean Paul Sartre. Ler (e o cinema) é viver onde, como, quando, com quem
você deseja.
Muito bom, Fernando.
ResponderExcluirEssa ideia da Memoria da Palavra é sensacional!
Sempre sua fã!
beijos
Falta você aqui também!!! Te espero!!! Grande beijo!!!
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